Alma
& Lua.
Nossa história começa muito antes de nos
conhecermos; decidi que seria artista aos três anos de idade, no dia em que
minha mãe teve a feliz ideia de me colocar em frente à tevê para assistir ao
programa Jovem Guarda. Quando vi Roberto Carlos pela primeira vez, pirei! Só
quem presenciou esse movimento - a Jovem Guarda - consegue entender sobre o que
estou falando; e aos mais novos, digo: muito do que vivemos hoje é fruto desse
movimento; mas falaremos sobre isso em outra oportunidade.
Assim, como se pode perceber, o projeto de
carreira artística era meu; a Rah nunca teve essa pretensão, embora tivesse
talento e motivação pra isso: seu pai era amante de música sertaneja e fazia
parte de um trio que se apresentava pela região de Casa Branca - cidade onde
nascemos; a garotinha vivia cantarolando canções conhecidas da época...
Em meados dos anos setenta fui morar perto de
sua casa, então começamos a interagir: participávamos de festivais pela região,
promovíamos apresentações... Rah integrava minha banda, e todos nós seguíamos
sonhando com o lançamento do meu primeiro disco, que daria suporte para que
cada um do grupo realizasse seus anseios profissionais e artísticos.
Em 1983 passei mais tempo em São Paulo e,
amparado por minhas primas Leonor e Rose, e pelos tios Libânio e Olinda
(saudades...), conheci pessoas do meio artístico - Moacir Machado (descobridor
de Simone, Zezé Di Camargo, Leandro e Leonardo, Rosa Maria...), o maestro Julio
Megaglia, e também alguns executivos de gravadoras e empresários artísticos.
Enquanto analisava algumas propostas para o lançamento da minha carreira solo,
compreendi que havia algo de muito especial quando eu e a Rah cantávamos
juntos, e se assim fosse, poderíamos tornar nossa união ainda mais sólida. Não
tive dúvidas: convidei-a para um projeto de carreira em dupla; a moça hesitou,
mas acabou aceitando o convite.
Já não éramos mais somente amigos - havíamos
iniciado o namoro em 1978 e, vez ou outra,
ensaiávamos parcerias em dueto sem grandes pretensões...
Mas agora era pra valer!
Em janeiro de 1984 vencemos o 1º Festival de
Música Sertaneja de Casa Branca, e assim nasceu à dupla Alma & Lua.
O nome foi criado a partir de palavras que
faziam parte da letra de uma das canções que interpretamos nesse festival.
Iniciou-se, então, o processo de inserção no
meio artístico com o apoio de Geraldo Meirelles (descobridor da dupla
Chitãozinho e Xororó), mas foi Moacir Machado quem nos apresentou a Mickael -
um importante produtor musical da época. Mickael despertou nosso interesse por
ser ousado e inovador, e em 1989, sob seus cuidados, lançamos nosso primeiro
álbum pelo selo Brasil Rural, cujo carro chefe era a canção "Reflexões em Minha Vida "
(versão de Joel Marques para o flashback Reflections of my life do grupo
Marmelade) e emplacamos algumas faixas nas paradas de sucesso das principais
emissoras de rádio do país. Casamo-nos em novembro daquele ano.
Em 1991 gravamos o segundo álbum, mas nos
desinteressamos pela carreira devido ao rumo exageradamente comercial que as
coisas estavam tomando; decidimos seguir por caminhos menos glamorosos e cantar
canções mais relevantes. Como havíamos nos convertido ao cristianismo nesse mesmo
ano, também notávamos um "estranho mover" que nos impelia a um
posicionamento artístico-cristão. Nossa primeira atitude foi incluir cânticos
espirituais em nosso repertório, que mesclávamos com nossas canções e com
stands; porém, em dezembro de 1995 fomos "tomados pela ideia" de
substituir nosso projeto de carreira pelo ministério.
Em janeiro de 1996, com o apoio do pastor da
Igreja Presbiteriana de Casa Branca, Sérgio Paulo, e apadrinhados
fonograficamente por Celsino Gama, diretor de LPC Comunicações, a "idéia”
foi posta em prática.
Nossa influência musical é quase que
totalmente dos anos 60 e 70 - Revival, Betlemania, Jovem Guarda, além da música
caipira; acreditamos que cada detalhe de nossas vidas foi planejado por Deus -
nossas influências, nossas personalidades e nossas experiências; nossos
fracassos, nossos êxitos e desistências, pois foi através deste ministério que
nossos anseios artísticos foram alcançados, nossos egos foram abalados e o
nosso canto, restaurado. Somos gratos a Deus por ter nos incluído em seu Plano que é
Perfeito.
Texto revisado por Francisco Bueno
Fonte site alma e lua
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